quarta-feira, 11 de maio de 2016

Procura por emprego aumenta o número de imigrantes em São Paulo

Há cerca de 600 mil imigrantes  no município de São Paulo, a maioria morando ou trabalhando esses dados foram levantados em 2015, pela prefeitura da cidade. O Conare (Comitê Nacional de Refugiados) apontou no mesmo ano que 40% das solicitações de refúgios são para o estado.  A procura se prende ao fato que os imigrantes buscam oportunidades de trabalho na cidade. De acordo com a Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, de 2011 a 2016 cerca de 24 mil imigrantes se inscreveram no PAT (posto de atendimento do trabalhador) e no Poupatempo. Destes, apenas 594 estão no mercado de trabalho.

Imigrantes em atendimento no CIC

O governo estadual de São Paulo também oferece serviços a imigrantes e refugiados na Casa de Passagem Terra Nova e dispõe uma unidade do Centro de Integração da Cidadania (CIC) voltado para atender a demanda de estrangeiros no estado. No local são oferecidos serviços de poupatempo, PROCON, PAT e oferecem cursos de idiomas: Inglês, Espanhol, francês e também curso de português e artesanatos, oferecidos pelo Núcleo de Estudos sobre imigração em parceria com o CIC.  

Segundo Silvana Silva, diretora técnica do CIC, essa atual frota de imigração africana é composta em sua maioria de nigerianos, congoleses e haitianos e quem busca atendimento no estado em maior número são homens, ela afirma: “A primeira imigração é formada por homens, porém, em caso de refúgio vêm mulheres e até crianças como é o caso dos sírios, mas em números menores”.

Os imigrantes entram no país pela cidade da Basileia no Acre e depois são encaminhados de ônibus até São Paulo pelo próprio governo. Em maio de 2015, o Ministério da Justiça fez um acordo com o governo do Acre e a Prefeitura de São Paulo para que o transporte dos imigrantes fosse suspenso devido o fluxo de imigração haitiana no município.

Jean Josepher Osny, haitiano que vive em São Paulo há dois anos, conta que escolheu o estado pelas oportunidades de emprego e estudo. No Haiti, Jean trabalhava e estudava direito, porém, desde que chegou ao Brasil não teve oportunidade de retomar os estudos na área e no momento está desempregado, antes ele prestava serviços em uma empresa do ramo de construção civil, ele relata: “Viver em São Paulo sem emprego é difícil, pagamos aluguel e às vezes mandamos dinheiro para familiares que ainda vivem no Haiti e esperam por isso”, o imigrante vive em Carapicuíba com um primo.

Desde o terremoto que devastou o Haiti em 2010, imigrantes têm viajado durante dias em condições degradantes, para buscar oportunidades de emprego no Brasil, como é o caso do primo do Jean que veio para o país logo após o terremoto. Júnia Matsuura coordenadora do Núcleo de Estudos sobre imigração relata que essa migração atual africana é diferente da latina. Segundo ela os acordos bilaterais do Mercosul facilitam a realocação de bolivianos, argentinos, venezuelanos no país, e outras nacionalidades como os africanos não tem tanto acesso. Esse acordo define liberação de fronteiras para cidadãos do Mercosul e determina livre circulação  nos mercados de trabalhos de seus países membros. 

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